UPK - Boletim 00 - 1989 - Cynolebias constanciae
A UPK – União Paulista de Killifishes foi o grupo pioneiro de aquaristas e criadores de killifishes em São Paulo, quiçá do Brasil, desde 1984 (segundo dados do primeiro Boletim nº00 de 1989 e como testemunha ocular). Transcrevemos esse primeiro boletim com ciência e anuência do Biólogo Júlio Cezar Ghisolfi que foi um dos fundadores da UPK.
UPK – Boletim 00 2-4
A PALAVRA DO PRESIDENTE
Realizamos hoje um grande sonho, pois desde a criação da UPK há 4 anos sempre tivemos como objetivo a feitura deste boletIm, porém sempre por motivos diversos, isto até então não tinha sido possível.
Nossa intenção é promover a divulgação, estudo, reprodução e manutenção de killies em cativeiro,
coisa que com o apoio da imprensa especializada (Revista de Aquariofilia e Aquarista Júnior) vínhamos e continuaremos fazendo porém com o nosso informativo teremos um espaço próprio para “brigar” por nossos objetivos.
Bimestralmente esperamos poder levar um pouco de nossa experiência aos interessados. Neste boletim publicaremos o calendário de nossas atividades, esperando com isto divulgá-las a todos. Estamos abertos a sugestões, críticas e colaborações.
Celso
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DICAS DE CRIADOR
É importante adicIonar sal não iodado na proporção de uma colher de chá para cada quatro litros de água do aquário.
Nunca é demais lembrar que a maioria dos killies são excelentes saltadores e conseguem encontrar
sempre, um espaço para saltar fora do aquário. Nunca deixar um aquário com killies destampado.
Convém identificar os aquários, pois exemplares fêmeas de espécies diferentes podem apresentar grande semelhança, com isto evitaremos cruzamentos indesejáveis.
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UPK – Boletim 00 3-4 e 4-4
UM KILLI EM DESTAQUE
Cynolebias constanciae Myers, 1942 (*1)
Peixe descoberto em maio de 1941 pelo casal Thomas D. White e sua esposa Constance próximo a Cabo Frio (RJ) e descrito pelo Dr. George S.M.Myers em 1942, recebendo este nome em alusão a sua descobridora. Permaneceu “desaparecida” até 1973 quando um grupo de cientistas da UFRRJ a “reencontrou” na região de Rio das Ostras em Cabo Frio, afastando-se assim a hipótese de extinção pensada na época. Porém como não apresenta distribuição vasta, a ameaça permanece, estando inclusive registrada no Red Data Book-vol.4 editado pela International Union for Conservation of Nature and Natural Resources – Suiça, sendo portanto proibida a captura e comercialização de espécies selvagens porém vem sendo mantida em cativeiro há mais de 15 anos por aquaristas de diversos países.
O macho lateralmente apresenta sobre coloração cinza esverdeada, quatro fileiras de pontos mais escuros, padrão este também presente nas nadadeiras dorsal, anal e caudal. Na cabeça e nos opérculos encontramos escamas de coloração prateada e dourada. As nadadeiras dorsal e anal apresentam prolongamentos dos últimos raios, conferindo aspecto característico. As fêmeas apresentam coloração cinza esverdeada com estrias escuras espalhadas pelos flancos. Desovam mergulhando no substrato .
Existe uma localidade onde é encontrada simpátrica às C.whitei (*2) e C.cruzi (*3).
Não é exigente quanto a pH, dH e temperatura desde que ocorra aclimatação lenta. Aceita alimentação viva como tubifex, daphnia, pedaços de minhocas, larvas de mosquito, enquitréias, podendo aceitar raspas de carne e patês. É bastante prolífica sendo que não temos notado com frequência o nascimento de alevinos arrastando (belly slighters).
Devemos colocar um casal ou trio em um aquário de 8 litros, bem plantado e com água descansada, pH entre 6,8 e 7,2, dH baixo e temperatura entre 20 e 22ºC , usando como substrato turfa, esfagno ou xaxim (*4) moído por um período de uma semana, findo este secaremos o substrato até obtermos uma umidade semelhante à encontrada no tabaco para cachimbo, quando então o colocaremos em sacos plásticos com ar. Identificados e datados, ao final de 2 meses iremos observar ,estes ovos e se já notarmos o embrião desenvolvido (ovo preto) colocaremos em água, ao final de poucas horas veremos os alevinos nadando.
Estes devem ser alimentados com microvermes e náuplios de Artemia salina até a idade de um mês, quando passarão aceitar pedaços de tubifex picado, neste período de crescimento trocas frequentes de água são recomendados. Temos notícias de nascimento deste peixe sem a secagem dos ovos, fato por nós ainda não comprovado.
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