UPK – Boletim 01 – Aphyosemion australe


UPK - Boletim 01 - Aphyosemion australe

A UPK – União Paulista de Killifishes foi o grupo pioneiro de aquaristas e criadores de killifishes em São Paulo, quiçá do Brasil, desde 1984 (segundo dados do primeiro Boletim nº00 de 1989 e como testemunha ocular). Transcrevemos esse segundo boletim com ciência e anuência do Biólogo Júlio Cezar Ghisolfi que foi um dos fundadores da UPK.

 

UPK – Boletim 01 2-4

 

A PALAVRA DO PRESIDENTE

Foi uma surpresa muito grande para nós da UPK a aceitação que nosso boletim recebeu por parte dos aquaristas. Na maior parte das lojas, a quantidade por nós deixada mostrou-se insuficiente. Da mesma forma fomos contactados por lojistas, para os quais não tivemos oportunidade de entregar exemplares para distribuição por absoluta falta de tempo e que manifestaram interesse em também distribuir o nosso boletim. A demanda foi tanta que resolvemos ampliar a tiragem em 50% a fim de poder atender a procura. Também ficamos satisfeitos com a receptividade que nossas palestras obtiveram, tanto que estamos pensando para um futuro próximo ampliar a frequência das mesmas,  inclusive já contactamos “killífilos” de outros estados para que possam trazer sujas experiências. Da mesma forma temos recebido muitas propostas de filiação, não só da cidade de São Paulo, bem como do interior e de outras estados, principalmente Rio de Janeiro. Acreditamos que a semente que lançamos há alguns anos atrás começou a germinar, o que estimula cada vez mais a trabalhar para que os killies se tornem um tronco forte dentro do aquarismo brasileiro.

Celso

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DICAS DE CRIADOR

Para se evitar o trabalho de retirar um a um os ovos fungados, quando se usa o método de incubação em água, coloque um pequeno caramujo (Physa, Australorbis, etc.) o qual irá se alimentar dos ovos infectados, deixando intacto os sadios.

– IMPORTANTE: não colocar caramujos adultos pois a rádula (aparelho bucal) destes é suficientemente forte para romper o córion (envoltório duro que é a membrana externa do ovo).

 

A fim de se manter a qualidade da água do aquário, é conveniente realizarmos trocas parciais e periódicas da água. Devemos trocar quinzenalmente no mínimo um quarto do volume total por água descansada (desclorificada).

 

Para a confecção das “bruxinhas” recomendamos o uso de lã 100% acrílica, pois lãs que contêm algodão se deterioram rapidamente.

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UPK – Boletim 01 3-4 e 4-4

 

UM KILLI EM DESTAQUE

Aphyosemion australe (Rachow, 1921)

Este pequeno killie da família dos Aploqueilídeos (Aplocheilidae), é originário das regiões litorâneas, próximas do Cabo Lopes no Gabão, África Ocidental, habitando pântanos e charcos sombreados por densa vegetação tropical. O nome científico desta espécie significa: Aphyosemion (peixe bandeirinha ou flâmula), australe (do Sul), sendo na época de sua descrição a espécie de distribuição mais meridional conhecida. No exterior é chamado de Panchax liretail ou Cape Lopes liretail, no Brasil é chamado simplesmente por “australe”. O macho atinge um comprimento médio de 5,5 cms. O corpo é alongado, ligeiramente achatado no dorso, estando recoberto por escamas ciclóides. As nadadeiras peitorais estão localizadas próximo aos opérculos, inseridas quase ventralmente. As nadadeiras dorsal e anal tem a forma trapezoidal alongada, terminando em ponta, sendo de coloração marrom alaranjado, com os bordos branco leitoso, a anal apresenta ainda uma faixa vermelho acastanhado. A nadadeira caudal dos machos apresenta os raios externos muito alongados, formando uma lira de cor branca, e que dá origem ao nome popular em inglês. O corpo marrom claro ou pardo avermelhado é ornamentado por linhas irregulares de pontos vermelhos brilhante ao longo dos flancos e nadadeira caudal. A região opercular e ventral ostenta um belo reflexo verde azulado metálico. Durante o ato reprodutivo a coloração se intensifica globalmente. A fêmea possui o talhe um pouco menor, coloração mais pálida, nadadeira pequenas e arredondadas, salpicadas de pontos vermelhos. As cores acima descritas são características de exemplares selvagens denominados Aphyosemion australe “chocolate”; existindo uma variedade xântica (amarelada), produzida em cativeiro, por meio de seleção controlada. Esta variedade foi desenvolvida por Hjerresen em 1954, a partir de peixes de coloração normal que apresentavam manchas de colorido mais claro no corpo, sendo esta variedade conhecida por A. australe “gold” ou “orange” dependendo da tonalidade.

Para reprodução utilizamos um aquário de 12 litros (20x20x30 cms), solo de cascalho rolado de rio, neutro, água velha e ácida (pH 6,4 a 6,8), temperatura entre 22 e 24°C, filtração suave com filtro de esponja, densamente plantado a fim de proteger as fêmeas, pois aconselhamos sempre a utilização de duas fêmeas para um macho. A desova é diária, podendo atingir mais de 80 ovos por semana e ocorre na superfície, nas raízes de plantas flutuantes, sendo que aconselhamos substituir estas por “bruxinhas”. Sendo peixes estritamente não anuais a incubação deve ocorrer em água, demorando em média duas a três semanas. Os alevinos recém nascidos são relativamente grandes e de natação livre, devendo ser imediatamente alimentados com microvermes e náuplios de Artemia salina. O desenvolvimento é rápido, sendo que em 4 meses já estão sexados. A alimentação deve ser constituída de preferência por alimentos vivos, embora aceitem também alimentos pastosos, flocados ou congelados. São muito resistentes, raramente adoecem se mantidos em boas condições, para manutenção destas condições deve-se adicionar sal grosso não iodado a água do aquário, na proporção de 1 colher das de chá para cada 4 litros de água. De extrema importância são as trocas parciais periódicas da água do aquário, sendo o mínimo um quarto do volume total a cada duas semanas.

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CALENDÁRIO DA *UPK*

-18 de novembro de 1989-

Palestra sobre Aphyosemion australe

–09 de dezembro de 1989-

Palestra sobre Cynolebias bockermani

As reuniões realizar-se-ão na sede provisória da UPK, situada na Alameda Jaú xxxx, Jardins, CEP xxxxx, sempre com início às 10:00 horas, estando aberta a todos os interessados.(*1)

– Diretoria:-

Celso Albino Gouvea Lopes – Presidente.

Júllio Cezar Ghisolfi – Vice Presidente.

Antônio Sérgio Cardoso Moreira – Secretário.

Augusto Cézar Oliveira Andrade – Tesoureiro.

Dalton Nielsen – Depto. de divulgação.

Vanderlei Lúcio Teixeira – Depto. Social.

Carlos Tatsuta – Conselho Consultivo.

Gilson Gil Mauro – Conselho Consultivo.

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Observação:

(*1) número, CEP e outros dados ocultados por não serem atuais.

 

Link interno:

https://killifishlegal.com/aphyosemion-australe-ou-lyretail-panchax-ou-australe/

 

 

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